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Simples Nacional: Quando Mudar para Lucro Presumido ou Lucro Real?


O Simples Nacional é, sem dúvida, o regime tributário mais adotado por micro e pequenas empresas no Brasil.

Com suas facilidades e alíquotas simplificadas, ele se apresenta como uma excelente opção para empreendedores que buscam praticidade no pagamento de impostos.

No entanto, à medida que o negócio cresce, pode surgir uma dúvida: será que ainda vale a pena permanecer no Simples Nacional ou é hora de migrar para o Lucro Presumido ou Lucro Real?

Neste artigo, vamos explorar as principais características de cada regime e como identificar o momento certo para fazer essa mudança.

Entendendo os Regimes Tributários

1. Simples Nacional

Criado para facilitar a vida de micro e pequenas empresas, o Simples Nacional unifica a cobrança de impostos federais, estaduais e municipais em uma única guia (DAS). A alíquota é calculada com base na receita bruta, variando de acordo com o faturamento anual e o tipo de atividade.


Vantagens:

  • Menor burocracia no pagamento de tributos;

  • Alíquotas geralmente mais baixas para pequenos negócios;

  • Ideal para empresas com faturamento anual até R$ 4,8 milhões.

Desvantagens:

  • As alíquotas aumentam progressivamente conforme o faturamento cresce;

  • Empresas com margens de lucro mais altas podem pagar mais do que em outros regimes.


2. Lucro Presumido

Neste regime, o cálculo dos impostos é baseado em uma margem de lucro presumida pelo governo, que varia conforme a atividade da empresa (por exemplo, 8% para comércio e 32% para serviços). Não importa se a empresa lucrou mais ou menos que a margem definida, o cálculo será sempre fixo.

Vantagens:

  • Ideal para empresas com margens de lucro maiores do que as presumidas;

  • Simplicidade no cálculo do imposto.

Desvantagens:

  • Caso a margem de lucro seja menor do que a presumida, a empresa pode pagar mais imposto do que deveria;

  • Mais obrigações acessórias do que no Simples Nacional.


3. Lucro Real

O Lucro Real é o regime mais detalhado e rigoroso, pois os impostos são calculados com base no lucro líquido real da empresa (receitas menos despesas). Por isso, ele exige uma contabilidade bem estruturada e precisa.

Vantagens:

  • Empresas com margens de lucro pequenas pagam menos imposto;

  • Possibilidade de compensar prejuízos fiscais;

  • Necessário para empresas com faturamento anual acima de R$ 78 milhões.

Desvantagens:

  • Maior burocracia e exigência de controles contábeis rigorosos;

  • Custos com contabilidade tendem a ser mais altos.

Quando Vale a Pena Sair do Simples Nacional?

Para saber se sua empresa deve migrar para o Lucro Presumido ou Lucro Real, você precisa considerar três fatores essenciais:

  • Crescimento do Faturamento

    Se sua empresa está próxima do limite de faturamento do Simples Nacional (R$ 4,8 milhões), ela pode ser excluída automaticamente. Nesse caso, uma análise tributária é crucial para decidir entre Lucro Presumido ou Real.

  • Margem de Lucro

    Empresas com margens de lucro maiores do que as presumidas pelo governo (no Lucro Presumido) podem se beneficiar ao deixar o Simples Nacional. Já aquelas com margens menores podem considerar o Lucro Real para pagar menos impostos.

  • Peso da Folha de Pagamento

    No Simples Nacional, a contribuição previdenciária está incluída na alíquota única. Em empresas com muitos funcionários, sair do Simples pode aumentar a carga tributária significativamente.

Exemplos Práticos de Decisão

Caso 1: Empresa de serviços com faturamento anual de R$ 4,5 milhões e lucro líquido acima de 32%

  • Neste cenário, a empresa pode pagar menos impostos migrando para o Lucro Presumido, pois o lucro real excede a margem presumida.

Caso 2: Empresa comercial com margens apertadas e muitas despesas

  • A empresa deve avaliar o Lucro Real, pois os impostos serão calculados sobre o lucro líquido, e não sobre o faturamento total.

Caso 3: Empresa com folha de pagamento alta

  • Para negócios intensivos em mão de obra, o Simples Nacional ainda pode ser vantajoso devido ao recolhimento unificado da contribuição previdenciária.

Como Fazer a Escolha Correta?

A migração entre regimes tributários não deve ser feita de forma precipitada. É essencial realizar um planejamento tributário detalhado para comparar a carga de impostos nos três regimes.

Passos para a tomada de decisão:

  1. Faça uma análise completa do faturamento, lucro líquido e despesas da empresa;

  2. Compare os impostos a serem pagos em cada regime;

  3. Considere o impacto de obrigações acessórias e custos contábeis;

  4. Tenha suporte de uma contabilidade especializada.

Conclusão

O Simples Nacional é, de fato, uma excelente opção para micro e pequenas empresas, mas nem sempre ele será o regime mais vantajoso à medida que o negócio cresce. Compreender as características do Lucro Presumido e do Lucro Real é fundamental para tomar a decisão certa e evitar custos desnecessários.


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